Um mundo macro de cores, dança, autenticidade, e principalmente música surgiu em meu mundo micro trazendo identificação e conseqüentemente uma atração quase que inevitável pela cultura Hip Hop.
Neste contexto, dentre diversos outras novidades sonoras, surgia em meu player Viviane Lopes Matias, conhecida e popularizada nas ruas de São Paulo como a voz que liderava o grupo de rap feminino (um dos precursores na época) chamado Visão de Rua.
Jovem,mulher, periférica, sem pai, mãe, residência ou documento de identidade, carregava uma história de vida digna de um especial no mediano programa do Datena, com a sutil diferença, de que a história em questão se diferenciava do final da grande infeliz maioria devido a determinação, coragem, esperança, e romantismo com que Dina- Di conduzia e transformava cada magoa em rima.
Assim como quando somos crianças acreditamos que existe Papai Noel, ou quando na adolescência lemos Marx e inocentemente temos a pretensão de revolucionar o mundo, no auge de minha fase que antecedia meus vinte e poucos anos, sempre que ouvia as músicas de Dina Di sentia-me mais mulher.
Era uma época em que no Rap predominava o público masculino, e as meninas atrevidas que o faziam, tinham um discurso totalmente feminista que contradizia com a postura extremamente machista que inconscientemente adotavam, e acreditem, era o código de ética para impor o respeito naquele contexto.
Quem ouvia o grupo Visão de Rua podia imaginar encontrar uma mulher fria e calculista, como ela mesmo algumas vezes se intitulava na canção, mas por excelência do membro do lado esquerdo do corpo que é vulnerável, e neste caso especificamente gigantesco, Dina Di mesmo sem muita motivação para, explorava seu lado bom, e jogava nas ruas músicas cheias de vontade, carregadas de fé, de força,saudade, cotidiano, muita rua, e muito amor, e muita rua, e muito amor novamente.
Viviane Lopes Matias , para os que não tiveram o privilégio de acompanhar, além de compromissada MC,tocava violão e cantava, era carismática, mãe, humana e bem disposta: “tenho um filho de três, vou completar 26, e se preciso for eu volto ao zero outra vez”.
E por ironia do destino, na última sexta feira (19) no ato mais digno da condição feminina (parindo um filho) Dina Di faleceu vítima de infecção hospitalar, mais uma das muitas conseqüências que a precariedade e descaso do estado cometeu contra a mesma, só que está infeliz realidade, ela não mais terá o deleite de vomitar em suas letras.
Fica o legado dos CDS gravados, dos hits clássicos, dos prêmio Hutuz 2000 e 2001, e da memorável contribuição ao Rap desde os tempos primórdios.
Neste contexto, dentre diversos outras novidades sonoras, surgia em meu player Viviane Lopes Matias, conhecida e popularizada nas ruas de São Paulo como a voz que liderava o grupo de rap feminino (um dos precursores na época) chamado Visão de Rua.
Jovem,mulher, periférica, sem pai, mãe, residência ou documento de identidade, carregava uma história de vida digna de um especial no mediano programa do Datena, com a sutil diferença, de que a história em questão se diferenciava do final da grande infeliz maioria devido a determinação, coragem, esperança, e romantismo com que Dina- Di conduzia e transformava cada magoa em rima.
Assim como quando somos crianças acreditamos que existe Papai Noel, ou quando na adolescência lemos Marx e inocentemente temos a pretensão de revolucionar o mundo, no auge de minha fase que antecedia meus vinte e poucos anos, sempre que ouvia as músicas de Dina Di sentia-me mais mulher.
Era uma época em que no Rap predominava o público masculino, e as meninas atrevidas que o faziam, tinham um discurso totalmente feminista que contradizia com a postura extremamente machista que inconscientemente adotavam, e acreditem, era o código de ética para impor o respeito naquele contexto.
Quem ouvia o grupo Visão de Rua podia imaginar encontrar uma mulher fria e calculista, como ela mesmo algumas vezes se intitulava na canção, mas por excelência do membro do lado esquerdo do corpo que é vulnerável, e neste caso especificamente gigantesco, Dina Di mesmo sem muita motivação para, explorava seu lado bom, e jogava nas ruas músicas cheias de vontade, carregadas de fé, de força,saudade, cotidiano, muita rua, e muito amor, e muita rua, e muito amor novamente.
Viviane Lopes Matias , para os que não tiveram o privilégio de acompanhar, além de compromissada MC,tocava violão e cantava, era carismática, mãe, humana e bem disposta: “tenho um filho de três, vou completar 26, e se preciso for eu volto ao zero outra vez”.
E por ironia do destino, na última sexta feira (19) no ato mais digno da condição feminina (parindo um filho) Dina Di faleceu vítima de infecção hospitalar, mais uma das muitas conseqüências que a precariedade e descaso do estado cometeu contra a mesma, só que está infeliz realidade, ela não mais terá o deleite de vomitar em suas letras.
Fica o legado dos CDS gravados, dos hits clássicos, dos prêmio Hutuz 2000 e 2001, e da memorável contribuição ao Rap desde os tempos primórdios.
PS:R.I.P Dina Di!
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